12 de abril de 2016

UbuntuBSD. Porque não faz sentido.


Um novo tipo de fanboys surgiu, os ubuntontos. Sim, os usuários de Ubuntu que acham que o Debian é derivado do Ubuntu.  Mas dessa vez algo muito estranho aconteceu.

Não bastasse pegar o kernel Linux, os programas GNU e a distro Debian e dizer que são deles, agora houve uma nova vítima: os BSDs.


Fork do fork


Existe uma expressão que a galerinha do mal costuma usar: refisefuquis, que significa  Remasters de Final de Semana de Fundo de Quintal. É aquele povo que tá sussa e resolve pegar o trabalho dos outros, fazer pequenas mudanças e chamar de seu.

É diferente das distros conhecidas como spinoffs. Por exemplo, o Fedora só tem na versão Gnome, então alguém vai lá, pega o Fedora e coloca o KDE e só, mais nada. Continua sendo Fedora mas apenas com outra DE. Enfim, faz uma mudança pontual mas sem perder a identidade.

Já os refisefuquis alteram a identidade justamente para chamar de seu. Como o Ubuntu e ElementaryOS (derivados do Debian), pois eles não conseguem manter a distro sem depender de outra. Não que isso seja ruim, pelo contrário, muitos adicionam facilidades para o usuário final ou para um grupo de usuários.

Quase tudo no mundo FLOSS é derivado de algo. A diferença é quando esse fork se torna independente. O próprio Slackware e openSUSE foram derivados do SLS, que foi descotninuado,  mas ambos já são independente há décadas.

Resumindo: é o famoso gozar com o pau dos outros.


BSDs



Os BSDs (Berkeley Software Distribution) tem uma história bem bonita, busquem conhecimento. Merecem respeito. Basicamente existem 3: o freeBSD, openBSD e netBSD. Também existe o PC-BSD e o DragonflyBSD, que são baseado no freeBSD com foco no desktop.

A principal diferença entre os BSDs dos Linux é a organização. Tem várias outras mas a principal é essa. Não há fragmentação, não é uma zona, o sistema é bruto, sem mimimi, sem nego dizendo "o meu é melhor" etc.

O macOS 10.x (aposto que a Apple voltará a usar esse nome) tem origem nos BSDs (alias, é um dos poucos sistemas com certificação UNIX). O Playstation usa o freeBSD. Enfim, não é pouca bosta

Para desktop e usuário comum claro que o Linux tem mais vantagens. Mas para servidores, os BSDs são mais parrudos.


UbuntuBSD



Aí começa a treta. Como dito, os BSDs não são bagunças. Os poucos forks que existem são bem organizados. Mas parece que os ubuntontos não se contentam apenas ficar no Linux.

Esses dias eu li sobre esse fork. Obviamente a matéria dizia que era mais um "sabor do BSD". Não, não era um "sabor do BSD". No máximo um "sabor do FreeBSD". Incrível como esses vermes pegam o trabalho alheio e querem os méritos.

Alias, não deveria nem se chamar UbuntuBSD, deveria se chamar "FreeBSD com XFCE na cor rosa e laranja". Porque de Ubuntu não tem bosta nenhuma, além das cores e logotipo.

Não existe "Ubuntu com kernel BSD". Ubuntu nem é um sistema independente, depende do Debian, GNU e outros.

Alias², nem o lixo do Unity é uma criação da Canonical. É apenas uma shell para ser usado no Gnome. E os infelizes chamam o Unity de "Desktop Environment". Aí você lê absurdos como "Unity é melhor que o Gnome". Puta merda, Unity é a porra do Gnome.

Então não, ubuntontos, não saem do Linux, fiquem nele. Não tente cagar ou surrupiar o BSD. Daqui a pouco vocês vão pegar o ReactOS, trocar as cores e o logotipo e chamá-lo de Winbuntu.



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