4 de novembro de 2015

Lançado o openSUSE Leap 42.1



A espera terminou! Acabou ser anunciado o lançamento oficial do openSUSE Leap 42.1, trazendo um novo tipo de distribuição chamada de Leap. Quem quiser já pode baixar as imagens no site oficial.

Conforme o SUSE, o Leap é uma distribuição híbrida que usa o core do SLE (SUSE Linux Enterprise, versão comercial e com suporte técnico), oferecendo um alto nível de estabilidade que será "incomparável com outras distribuições de linux" e vinculado ao desenvolvimento com a comunidade. Antigamente o desenvolvimento do SLE e do openSUSE era separado.

Assim, o Leap trará o melhor dos mundos e de forma balanceada: a confiabilidade e manutenção em nível empresarial (SLE) e as novidades e contribuções da comunidade (antigo openSUSE), com uma pegada empresarial, provendo suporte a hardwares modernos e com pacotes relativamente antigos focando na estabilidade e no suporte ao longo prazo (LTS), mas ainda sim mais novos que o SLE. Resumindo, será o meio termo entre o Tumbleweed e o SLE.

Ele virá com o KDE Plasma 5, Gnome 3.16, LibreOffice, GCC 5.2, além do já conhecido YaST, zypper etc. 

Uma boa notícia é que quem usa o openSUSE 13.2 (e não anteriores) pode atualizar para o openSUSE Leap 42.1 seguindo as instruções oficiais. Isso mostra claramente que o openSUSE 13.x morreu!

Isso pode ser uma resposta a duas questões ligadas ao CentOS. Ele é uma distribuição que usa o código-fonte do Red Hat Enterprise Linux (concorrente direto do SLE), ou seja, é o RHEL sem as marcas proprietárias da Red Hat, e que o uso está disparando. Muita gente está usando justamente pela estabilidade e confiança da distribuição e também toda a documentação e treinamento. Quem tem as certificações da Red Hat consequentemente está apto a usar o CentOS. A porra ficou tão séria que a própria Red Hat trouxe o CentOS para debaixo das asinhas dela. Dessa forma, ela ficou com três produtos: RHEL (pago com suporte), CentOS (free sem suporte) e o Fedora (mantido pela comunidade com patrocínio dela, ou seja, o playground).

A primeira questão é que, pelo fato de ser altamente confiável e estável, muita gente está migrando ou pretendendo. Isso inclui o openSUSE e o SLE. Muita gente pedia um SLE "free", nos moldes do CentOS.

Já a segunda questão é que quem já está usando o CentOS, quando precisar de suporte especializado ou simplesmente quiser "profissionalizar", é muito mais fácil migrar do CentOS para o RHEL.

Então o SUSE estava microsoftizando no ponto. Ninguém iria pegar o SLE e criar uma distro comunitária com foco empresarial pois já existe o CentOS. Com o lançamento do Leap, ela está mirando no público-alvo do CentOS, que é quem pretendo usar em servidores que precisam de estabilidade, ou seja, um público corporativo. E é esse público que poderá um dia pagar para ter um suporte técnico avançado e tudo mais. Ninguém em sã consciência usaria o openSUSE 13.2 em um servidor de grande importância, apenas o SLE, mas que é pago.

Eu mesmo já pensei em usar o CentOS, mas como a ferramenta de atualização (do 6 para o 7 e assim por diante) não é lá essas coisas, fui de Tumbleweed. Como há como migrar até do 13.2 para o 42.1, provavelmente haverá para as futuras versões também.

Então ficou assim:

  • SUSE Linux Enterprise (e suas variações) sendo pago e com suporte;
  • openSUSE Leap sendo gratuito, baseado no core SLE e contribuição da comunidade; e
  • openSUSE Tumbleweed sendo gratuito, rolling release, com as últimas novidades estáveis.

Por curiosidade, o Tumbleweed não é a casa da mãe Joana. Existe o Project Factory que é onde são testadas as últimas versões, estas sim são instáveis. Após testadas e estáveis, são enviadas para o repositório do Tumbleweed onde já será possível baixar. Aí sim futuramente será usando no SLE, Leap etc.

Bem, é isso.