O Linux é igual o Android: se não travou, um dia vai.
Estava eu, a noite, tomando meu café e ouvindo Hooverphonic de buenas e resolvo atualizar o meu linux. Até aí atualizar o sistema não tem nada demais (exceto para os usuários do você-sabe-o-que), mas durante o boot percebi uma mensagem de erro, dizendo que havia uma possível duplicidade no fstab. Mas isso não gerou nenhum problema nem nada.
Já fazia um tempo que eu não atualizava os drivers da Nvidia (é recomendado reinstalar após um novo kernel), pensei que até poderia ser isso. Fui abrir um joguinho e voilá, não funcionou. Deu erro ao rodar o optirun (que serve para ativar a placa da Nvidia, aqui no notebook eu tenho duas, Intel + Nvidia).
Até aí blz, em algum momento eu havia atualizado o kernel, é quase sempre certeza que vai precisar reinstalar, resolvi reinstalar. E me arrependi.
Logo de cara, no site da Nvidia, tem duas versões:
- Latest Long Lived Branch version: 352.55
- Latest Short Lived Branch version: 355.11
Baixei o driver, rebootei, coloquei o init 3 no boot pra ir direto pro terminal sem carregar o X (servidor gráfico). Conferi se o driver genérico "nouveau" estava na blacklist, tudo ok.
Rebootei e fui entrar no X e... PÃ! Muita calma nessa hora. Pode ser problema no driver, no X ou até mesmo no Gnome. Como sou precavido, tenho o iceWM instalado. Ele é mais feio que o layout blog do você-sabe-quem mas como backup, serve. Entrei nele e tudo OK. Então aparentemente o problema era no Gnome.
Abri o YaST, vi se tinha alguma coisa quebrada, tudo normal. Mandei atualizar a porra toda. Olhando os arquivos sendo atualizados... até que para. Instalação do bbswitch. O bumblebee é o software que gerencia quando há 2 placas de video. Foi aí que me dei conta da merda: instalei o driver da Nvidia da forma errada.
Eu estava tão entretido na maravilhosa Noémie Wolff que não me dei conta que eu estava instalando os drivers como se meu computador só tivesse a placa da Nvidia. Então, de alguma forma, a placa da Intel (que é usada nas situações comuns) não estava sendo usada. Até aí só desinstalar os drivers e ver no que dá.
Só que travou, não saía mais. Apelei para o dedOFF. Meu segundo erro.
Quando dá pau no boot do Windows é tipo assim:
Quando dá pau no linux:
É tipo quando vai morrer e toda sua vida passa diante dos seus olhos. Nesse caso, todos os arquivos que você não fez backup. E tudo que vai ter que reconfigurar. O desespero não acabou.
Não sei porque, mas os 3 CDs que eu tentei gravar com o openSUSE Tumbleweed não funcionaram. Quase meia-noite e sem cd virgem, vou ter que usar o Windows?. Então resolvi pegar a porra do .ISO, extrair tudo e jogar no pendrive, que se foda. Na hora eu pensei, por que não instalar o Leap?
Deu certo e bootou pelo pendrive. Na instalação pediu a senha do volume criptografado. Usei a mesma configurando que antes e voilá, formatei apenas o "/" e deixei o "/home" (onde ficam os arquivos dos usuários) intacto. Instalou tudo e:
P*ta que pariu, tudo lá como antes. Claro, exceto os softwares. Meus documentos, até mesmo as extensões do Gnome, wallpaper. Fiz a instalação do Bumblebee do jeito certo, testei no Kerbal Space Program e tudo redondo. Só precisei reinstalar o VLC, Telegram, Dropbox etc.
Rock Solid. Rodando o openSUSE Leap, sistema novinho em folha, com o "mesmo" suporte do linux empresarial. Lindo. Só que sem emoção.
No linux, você usa os repositórios para atualizar, certo? Certo. Se você alterar o repositório para outro servidor de outras versões, ele vai puxar aqueles pacotes, certo? Certo. O que eu fiz? Mudei os repositórios para o do Tumbleweed (rolling release e versões "menos estáveis"). Quase não consegui, mas mandei o "zypper dup". Não aguentei, voltei para o Tumbleweed e da forma mais idiota: partindo do Leap em vez de uma instalação limpa.
Foram 2 gigas e 40 minutos de emoção. Não há documentação sobre isso (só para o 13.2 > TW), mas aparentemente tudo certo. Inclusive a porra do aviso da duplicidade que eu relatei. TOMANOCU. Mas dessa vez vou fingir que não vi.
Esse é o lado bom do mundo Linux. A emoção é grande e no final, depois de muitas horas, dá certo Sei que é algo inútil, mas tive que compartilhar essa experiência.