O Gnome e KDE são ambientes desktop maduros, maravilhosos e... cheio de bloatwares. Como geralmente as pessoas usam Linux em servidores e computadores menos parrudos como alternativa ao Windows, esses ambientes acabam pesando e surgem forks deles como XFCE, MATE, LXQt etc., que usam o GTK+ e Qt.
Nada contra, eu até gosto do MATE, mas (adoro esses "nada contra, mas...") se é para usar algo leve, que 100% voltado para isso, p*rra!
Já falei do Enlightenment, o desktop quase esquecido. Quase, porque ele é escolhido pela Linux Foundation de rodar no Tizen OS (que não é da Samsung).
Navegando por aí esses dias e encontrei essa apresentação da Samsung falando o Tizen e do Enlightenment, muito legal por sinal. Fala o que é e a história do EFL (Enlightenment Foundation Libraries) e porque foi escolhido. Se você está aí a toa (se está lendo isso é porque está), dá uma olhada, são 80 slides)
Mas vamos ao que interessa, que é o Enlightenment no Linux.
Resolvi instalar novamente aqui no openSUSE Leap 42.1 em máquina virtual (na máquina real prefiro o Tumbleweed com Gnome, mas cada vez mais coça para usar o Leap com KDE) porque queria usar novamente, da outra vez eu usei muito pouco e tive a impressão de que ainda parecia uma penteadeira de puta. Voltei a usar e continuo achando meio brega o exagero no esqueumorfismo, mas eu tentei dar uma melhorada e isso ficou ótimo.
O E é tipo o Android, te dá liberdade para deixá-lo muito brega. Então é só segurar a aquela vontade louca de sair customizando tudo que dá para ficar bonito. Eu resolvi usar o tema padrão e configurar o restante dos programas para combinar.
Tem muito degradês, glows, coisas piscantes etc. Até lembra um pouco as versões antigas do Android e o iOS antigo. Para quem tá acostumado com Metro UI, Material Design UI e o novo iOS, realmente é esquisito. Porém, muito bem refinado, poucos glitchs.
Hoje em dia está tudo flat, chega a ser curioso usar o Enlightenment. Por exemplo, ali no canto inferior direito onde estão os thumbnails dos desktops virtuais, tem uma "luzinha" mostrando qual é o desktop ativo, ou seja, levando ao pé da letra o conceito de "metáfora de área de trabalho".
Duas coisas que eu achei muito interessante. Primeiro, realmente não tem bloatwares e, segundo, realmente é muito leve.
Softwares
A maioria dos desktops que são forks para tirar os bloatwares acaba colocando outros. O MATE, por exemplo, tem os essenciais como gerenciador de arquivos, visualizador de imagens, emulador de terminais mas também tem calculadora, dicionário etc. Calculadora é importante? Se for, é só instalar e pronto, não é essencial.
Incrível como o Enlightenment não vem com porra nenhuma, chega a ser estranho. Os únicos programas que são dele mesmo:
- Terminology (emulador de desktop)
- Rage (reprodutor de vídeo bem simples)
- Ephoto (visualizador de fotos
- EDI (IDE do Enlightenment)
- E programas do sistema, como explorador de arquivos, configurações etc.
Como eu instalei o openSUSE (não sei se vem em outras distros), veio também a ferramenta YaST (que tem vários módulos de gerenciamento, configuração etc). Achei fantástico porque complementa o Enlightenment.
Não tem nem um editor de texto gráfico (pelo menos nativamente). O que veio aqui foi o o básico (e bota básico nisso) Leafpad que usa o GTK (que o XFCE também usa, se não me engano).
O player de música é o Clementine que usa o Qt (e tem um app para controlá-lo pelo Android):
E o remote para Android:
Parece um gominho de tangerina ahhha, sensacional. Queria muito testar, mas não tenho nenhum Android aqui.
Também vieram o navegador Firefox e o editor de imagens GIMP, obviamente não são do Enlightenment. Ou seja, são aplicativos para tapar o buraco que a distro colocou.
E os aplicativos padrões são muito bons, bonitos, customizáveis. Na página deles falam sobre isso, de ter uma interface muito leve porém não se feia ou simples como os forks MATE, XFCE etc.
Terminology, bonito e bem customizável:
Rage, esse sim é muito simples e nem consegui rodar um .mp4
Ephoto (que na verdade nem vem instaldo, ainda está em beta)
EDI (que também não vem instalado)
O gerenciador de arquivos:
Configurações gerais:
Customizações:
Enfim, é interessante e bem leve. Ele inicia com 300 e poucos MBs, ainda mais considerando com os "bloatwares" do openSUSE:
Eu instalei o VLC e foi o único que teve um desempenho próximo ao de uma máquina real.
A partir de agora vou usar apenas o Enlightenment quando precisar ou quiser usar o Linux dentro do Windows.
A partir de agora vou usar apenas o Enlightenment quando precisar ou quiser usar o Linux dentro do Windows.
Quem gosta do Linux gosta do Tizen. Quem gosta do Tizen gosta do Enlightenment!
Claro, não é o ambiente desktop perfeito, mas pelo que ele se propõe a fazer (ser leve, bonito e sem bloatware), faz muito bem.